Reconhecer os sinais da fibromialgia e procurar ajuda especializada desde os primeiros sintomas pode ser determinante para mudar o rumo da doença e melhorar significativamente a qualidade de vida dos doentes. Esta é a convicção do Prof. Dr. José Luis Arranz Gil, médico de origem espanhola, doutorado em Medicina e Cirurgia pela Universidade de Alcalá de Henares, professor na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior e presidente fundador da Academia Portuguesa de Fibromialgia, Síndrome de Sensibilidade Central e Dor Crónica.
De acordo com o Prof. Dr. Arranz Gil, a fibromialgia é uma condição neurológica complexa, caracterizada por sintomas como dor crónica generalizada, fadiga persistente, perturbações do sono, alterações cognitivas e sensibilidade exacerbada ao toque. Apesar disso, esta doença continua muitas vezes subestimada ou confundida com outras patologias.
“O diagnóstico precoce permite não só aliviar o sofrimento físico e emocional, como também aplicar estratégias de tratamento personalizadas, que incluem terapias farmacológicas e não farmacológicas, exercício físico supervisionado e intervenções complementares”, explica o especialista.
Em Portugal, o Prof. Dr. Arranz Gil lidera a primeira Unidade de Fibromialgia, Síndrome de Sensibilidade Central e Dor Crónica, sediada na Associação de Socorros Mútuos Mutualista Covilhanense, na Covilhã. Esta unidade integra um modelo de cuidado inovador e centrado no doente, recebendo pessoas de todo o país para um acompanhamento integrado da dor crónica.
“O reconhecimento e a validação da dor são passos essenciais para que o doente se sinta compreendido e apoiado durante o tratamento”, afirma o presidente da Academia Portuguesa de Fibromialgia. Ele acrescenta que o sofrimento dos doentes vai muito além do físico, implicando também um impacto emocional e social significativo.
Estima-se que entre 2% a 4% da população portuguesa sofra de fibromialgia, sendo a incidência maior nas mulheres. Contudo, muitos casos permanecem sem diagnóstico, o que torna urgentes campanhas de sensibilização e a formação contínua dos profissionais de saúde.
Para o Prof. Dr. José Luis Arranz Gil, é fundamental que os doentes conheçam os contornos da fibromialgia, compreendam os seus sintomas e saibam como lidar com a doença, pois só assim as terapias poderão ser eficazes e a qualidade de vida poderá ser recuperada.
“O primeiro passo é, sempre, ouvir o corpo e procurar ajuda. Viver com fibromialgia não tem de ser uma sentença de dor — pode ser o início de um novo caminho, com acompanhamento e esperança”, conclui.