O serviço de arritmologia do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/ Espinho (CHVNG) iniciou recentemente o tratamento da fibrilação auricular (FA) através de uma nova tecnologia que utiliza o frio – a crioablação.
De acordo com João Primo, responsável pelo laboratório de Eletrofisiologia do CHVNG, “embora com longa experiência e grande número de doentes tratados através de radiofrequência – técnica convencional (através de aquecimento e necrose celular) – ao longo dos últimos 14 anos, decidimos iniciar o tratamento da fibrilhação auricular agora através da utilização do frio intenso (menos 45o C). Esta nova tecnologia traz várias vantagens, tais como redução das potenciais complicações, redução do tempo de intervenção através do isolamento elétrico das veias pulmonares mais regular, “limpo” e completo. Estudos multicêntricos demonstraram ótimos resultados no tratamento da FA com esta técnica, com boas taxas de sucesso e melhorando assim a qualidade de vida dos doentes.”
Esta inovadora técnica tem demonstrado ser mais rápida, segura e tão eficaz como a técnica de ablação convencional. É utilizado um cateter fino e flexível para avaliar a arritmia e um cateter com balão que congela e destrói as células na entrada das veias pulmonares, isolando-as e bloqueando assim a passagem de correntes elétricas não desejadas.
Segundo Vasco Gama Ribeiro, diretor do serviço de cardiologia, “com esta nova técnica, o CHVNG disponibiliza mais uma terapia de última geração para tratar uma das doenças cardíacas mais comuns e subtratadas entre os Portugueses – estima-se que mais de metade dos doentes diagnosticados com FA não respondem favoravelmente ao tratamento farmacológico, sendo portanto lícito pensar na ablação da fibrilhação auricular como primeira escolha em casos selecionados.”