8 em cada 10 portugueses considera que o investimento em oncologia deve ser prioritário dentro da área da saúde, revela um estudo desenvolvido pela GFK, apresentado no âmbito da 2ª edição do Think Tank Inovar Saúde, uma iniciativa da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa (ENSP/NOVA) e da Roche.
Para a maior parte dos portugueses é mais premente investir no tratamento de doenças oncológicas do que nas doenças cardiovasculares ou na diabetes, mostra este estudo sobre perceções em oncologia. Por outro lado, 49 por cento dos portugueses acredita que o cancro é a doença que atualmente recebe mais investimento público.
De facto, no que toca ao investimento público, os inquiridos consideram que a saúde é a segunda área em que mais se investe (a seguir à administração/função pública). Mesmo assim, é a área face à qual os portugueses mais defendem que o investimento atual é insuficiente (85 por cento dos inquiridos). E dentro da saúde, a oncologia é vista como sendo a área que recebe maior investimento público. No entanto, mais de metade dos portugueses considera que o Estado investe menos agora na área do cancro do que investia há 3 anos atrás.
Esta opinião sobre o investimento está diretamente relacionada com o grau de preocupação que os portugueses têm relativamente às doenças oncológicas: os dados apurados através de 1192 inquéritos presenciais mostram que o cancro foi referido espontaneamente como a doença mais preocupante por 63 por cento dos inquiridos. Quando sugerido, 75 por cento dos inquiridos avaliam a doença no ponto máximo da escala de preocupação.
O cancro é, também, a doença que os portugueses acreditam ter maior prevalência e taxa de mortalidade. De resto, a prevalência e a mortalidade, em conjunto com a dificuldade/inexistência de cura, são as razões mais apontadas para justificar o elevado receio associado a esta doença. O cancro da mama é o que mais preocupa as mulheres e o do pulmão os homens.
Apesar desta visão, não é claro que o tratamento do cancro seja de melhor qualidade no privado do que no público: mais de 1/3 dos respondentes admitem não estar em condições de fazer a comparação; os restantes dividem-se de forma mais ou menos equitativa entre os que consideram que é melhor, os que consideram que é pior, e os que consideram ser de igual qualidade.
António Gomes, da GFK, explica que “para os portugueses, o cancro é a doença mais preocupante. As razões para esta preocupação prendem-se com a elevada prevalência das doenças oncológicas, bem como a ausência de cura e consequente elevada mortalidade. “
Já Luís Costa, diretor do Serviço de Oncologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte, considera que “este estudo é muito pertinente porque nos informa da real preocupação da sociedade Portuguesa e pode servir de pauta para o desenvolvimento de ações estratégicas.