Uma em cada cinco pessoas sofre de algum tipo de alergia ocular com impacto na sua qualidade de vida e no grau de absentismo escolar e profissional.
O oftalmologista Jorge Palmares alerta para a importância da prevenção e de um tratamento eficaz como forma de reduzir estas taxas e melhorar a qualidade de vida dos portugueses.
“Seja qual for a sintomatologia sentida, não basta ir à farmácia mais próxima. Na problemática da alergia ocular, um correto acompanhamento médico é fundamental para o diagnóstico e tratamento do problema, de forma a conseguirmos assegurar a qualidade de vida da pessoa”, alerta Jorge Palmares, oftalmologista do Hospital Lusíadas Porto.
As doenças alérgicas oculares são provocadas pelo meio ambiente, medicamentos, produtos cosméticos, produtos das lentes de contacto ou fatores genéticos e os principais sintomas são olho vermelho, comichão, ardor, lacrimejo, sensibilidade à luz, edema da conjuntiva e inflamação.
“O olho vermelho” é uma apresentação clínica muito frequente e justifica mais de 60 por cento das prescrições tópicas oftalmológicas. Pode observar-se em situações alérgicas (geralmente com prurido e lacrimejo) e noutras doenças como olho seco (ardência com sensação de “areia” e poucas lágrimas) ou querato-uveíte (visão turva e dor). O tratamento é diferente em cada um dos casos pelo que o diagnóstico diferencial é fundamental”, revela.
A forma mais comum de alergia ocular é a conjuntivite alérgica. “Manifesta-se em 70 por cento dos doentes com rinite alérgica muitas vezes acompanhada por sintomas nasais de rinite”, conclui o oftalmologista. Mas existem várias formas de alergia ocular, como as queratoconjuntivites vernal e atópica, conjuntivite gigantopapilar e blefaroconjuntivite de contacto/tóxica.
“A alergia ocular previne-se com medidas de evicção, diminuindo a exposição aos alergénios, quando identificados pelo alergologista. Na época polínica de março a julho deve usar-se óculos escuros (100% filtração ultravioleta) e evitar andar ao ar livre nas primeiras horas da manhã, em dias ventosos ou quentes e secos, em espaços relvados ou cortar relva”, explica o médico, acrescentando ainda que em casa “é fundamental evitar a acumulação de pó e de ácaros domésticos que se alimentam das escamas que se libertam da pele humana e de certos bolores, cujo crescimento é facilitado pelo calor e pela humidade”.