O 12º caso de sucesso de utilização de células estaminais do sangue do cordão umbilical num transplante de medula óssea de um caso pediátrico de anemia aplástica (forma rara da patologia), ocorreu recentemente no Irão, numa parceria entre o Hospital de Ali Asghar e o banco de células estaminais Royan Stem Cell Technology.
Karen, um menino de seis anos, sofria desta forma rara de anemia, que impede a regeneração eficaz das células do sangue, geralmente tratada através do transplante de medula óssea.
Neste caso em concreto, a dificuldade em encontrar um dador compatível motivou o recurso à utilização de células estaminais do sangue do cordão umbilical da própria criança, que haviam sido criopreservadas.
O tratamento só foi possível através da administração de células hematopoeiticas (células estaminais do sangue do cordão umbilical).
“A comunidade científica e médica está a receber esta notícia com bastante otimismo, já que é mais uma prova do potencial terapêutico das células hematopoeiticas no tratamento deste tipo de patologia. Apesar disso, é já o 12.º caso bem sucedido, pelo que já há evidência empírica do grande potencial deste tipo de células. O que é de salientar, cremos, é o recurso cada vez mais frequente para tratar patologias tão diversas como leucemias, linfomas, anemias graves e congénitas, hemoglobinopatias, imunodeficiências congénitas, mieloma múltilplo, entre outras”, explica Patrícia Cruz, Diretora do Banco de Tecidos e Células – Laboratório Cytothera .
A Cytothera foi a primeira empresa, em Portugal, a garantir o serviço de isolamento de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical.
O tecido do cordão umbilical é composto por uma mistura heterogénea de células estaminais, que após ser purificada de modo a selecionar as células relevantes na criopreservação, são posteriormente armazenadas em quatro criotubos, o que permite quatro utilizações futuras.
As células estaminais mesenquimais representam menos de 0,1% da totalidade das células presentes no tecido do cordão umbilical. Para o processo ser considerado bem sucedido têm de ser atingidas 3 milhões de células estaminais, sem qualquer tipo de contaminação bacteriana ou fúngica detetada. Estas células ficam imediatamente disponíveis para utilização em futuras terapias celulares.
A Cytothera é uma empresa de biotecnologia pertencente ao Grupo Farmacêutico Medinfar, 100% portuguesa, que desenvolve a atividade de criopreservação em Portugal desde 2005. Foi o primeiro laboratório em Portugal e na Europa a disponibilizar o serviço de isolamento e criopreservação de células estaminais do tecido do cordão umbilical.
Por ser um Banco Privado, as células estaminais que são confiadas à Cytothera pertencem ao bebé. Os pais ficam responsáveis pelas células estaminais dos seus filhos, até que os mesmos atinjam a maioridade.