O Hospital a Prelada, no Porto, criou, em julho, um Centro de Reabilitação Pediátrica dedicado a crianças e jovens dos 0 aos 18 anos com doenças congénitas ou traumatismos adquiridos, contou hoje à Lusa o diretor do serviço.
“Sempre tratámos crianças neste hospital, mas considerámos que deviam ter um espaço próprio, sobretudo para as crianças mais pequenas. A reabilitação pediátrica é uma das áreas mais carenciadas na área da Medicina Física e de Reabilitação em Portugal”, disse Renato Nunes.
O Centro de Reabilitação Pediátrica da Prelada recebe, por mês, até 30 crianças em regime e ambulatório e as sessões duram, em média, um hora para fisioterapia e terapia ocupacional e meia hora para reabilitação neuropsicológica e terapia da fala.
“Muitas vezes os pais, nos espaços da comunidade, só encontram a fisioterapia, mas temos aqui a possibilidade de oferecer terapia da fala, terapia ocupacional, entre outras valências, num programa integrado”, descreveu o diretor do serviço de Medicina Física e de Reabilitação do Hospital da Prelada.
Este centro acolhe crianças com patologias congénitas, desde as neurológicas, às ortopédicas e musculoesqueléticas, bem como patologias adquiridas que podem ser neurológicas, mas também por traumatismos de diferentes tipos.
À Lusa, Renato Nunes destacou a importância da intervenção no neurodesenvolvimento, lembrando que, por exemplo, crianças com atrasos de desenvolvimento ou que têm doenças neurológicas da infância com problemas na aquisição de competências próprias do período de desenvolvimento dos 0 aos 5 anos “podem e devem ser acompanhadas precocemente num programa de reabilitação integrado como o da Prelada”.
“Os ambulatórios hospitalares e os ambulatórios inseridos na comunidade têm muito pouco frequentemente esta diferenciação. Muitas vezes os pais e cuidadores destas crianças, inclusivamente na Área Metropolitana o Porto, têm dificuldade em encontrar respostas adequadas”, completou.
Sobre o tempo que dura cada sessão, o diretor explicou que trabalhar com crianças “não é como com adultos”, os quais são motivados para fazer seis horas de reabilitação seguidas.
“Nas crianças é diferente. Os tempos têm de ser diferentes. E os terapeutas e fisioterapeutas estão lá, em exclusivo, para elas”, descreveu.
Com 34 anos, o Hospital da Prelada é um equipamento gerido pela Santa Casa da Misericórdia do Porto.