A pneumonia continua a ser uma das doenças respiratórias que mais matam em Portugal, tendo causado a morte de mais de 4488 portugueses em 2022 (mais de 12 óbitos/dia)[1], alerta a RESPIRA – Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e Outras Doenças Respiratórias Crónicas, a propósito do Dia Mundial da Pneumonia (12 de novembro). A associação reforça a importância da prevenção da doença pneumocócica invasiva, uma das principais causas de morte evitável em crianças abaixo dos cinco anos e adultos acima dos 65 e/ou com comorbilidades associadas, nomeadamente através da vacinação.
“A Doença Pneumocócica é uma sentença para quem vive com doenças crónicas, como é o caso da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), afetando gravemente a qualidade de vida destas, devido ao agravamento das exacerbações, ou levando até à morte. É, por isso, crucial adotar comportamentos preventivos para garantir mais anos de vida com mais qualidade”, defende José Albino, presidente da RESPIRA.
A doença pneumocócica, causada pela bactéria “Streptococcus pneumoniae” (mais conhecida por pneumococo), é uma das principais causas de pneumonia. Em cerca de 63.4% dos casos são doença não invasiva[2], mas, em Portugal, os casos de doença pneumocócica invasiva (DIP), onde se inclui a Pneumonia Bacteriémica, a Meningite e a Sepsis, têm aumentado ao longo dos anos[3].
A DIP é particularmente penalizadora para os cuidados de saúde, uma vez que mais de 24% dos doentes hospitalizados são internados em cuidados intensivos, com uma demora média de internamento de 17 dias. Segundo dados mais recentes, estes valores representam um custo total médio por adulto internado por DIP de mais de seis mil euros.[4] A taxa de mortalidade intra-hospitalar por DIP é elevada – cerca de 16,5%[5].
“Falamos de uma taxa de morbimortalidade e de custos de saúde extremamente elevados, principalmente quando nos focamos na população de risco, que vai muito além dos doentes respiratórios. Há uma associação documentada entre PAC e aumento de risco de doença cardiovascular. É crucial apostar na prevenção desta doença, principalmente no que diz respeito à vacinação generalizada dos grupos de risco.”, frisa Paula Duarte, pneumologista e vice-presidente da RESPIRA.
A RESPIRA relembra assim que a vacinação contra o pneumococo é a forma mais eficaz de prevenir infeções graves e reduzir a mortalidade e morbilidade associadas à doença pneumocócica[6], principalmente em pessoas com mais de 65 anos, imunocomprometidas ou com determinadas doenças crónicas. Nestes casos, o sistema imunitário está já mais enfraquecido, o que aumenta o risco de infeções pneumocócicas, que por sua vez podem agravar as doenças crónicas de base5, [7].
Segundo dados recentes, a imunização generalizada de adultos pode levar a uma diminuição das infeções registadas, diminuindo, consequentemente, os internamentos, a mortalidade e os custos associados à doença pneumocócica5.