O americano Norman Spack, um dos maiores especialistas em transsexualidade na adolescência e pioneiro no tratamento de reposição hormonal em idade pré-adulta, é um dos oradores da 6ª edição do Annual International Medical Students Meeting (AIMS Meeting), um evento anual que promove a formação científica e humana de futuros médicos.
“Esta é uma oportunidade única para todos os futuros médicos presentes. O Dr. Norman Spack começou a trabalhar com pacientes transexuais em 1985 e percebeu que quando as pessoas atingem a idade adulta é extremamente difícil tratar os doentes com recurso à terapia hormonal. Desde então, o especialista estudou o tema e foi pioneiro num tratamento que altera as características físicas, através injeções de hormonas em adolescentes, em 2007”, revela Nelson Descalço, um dos coordenadores da comissão organizadora do evento.
“O especialista defende que um tratamento hormonal e psicológico nos adolescentes evita problemas na fase adulta como graves crises de identidade, depressões, baixa auto estima, exclusão social ou pensamentos suicidas. Para além deste procedimento, o endocrinologista oferece ainda aconselhamento e medicamentos que retardam o início da puberdade através da interrupção do desenvolvimento das hormonas, permitindo aos pacientes mais novos ter mais tempo para decidir se pretendem ou não mudar de sexo”, conclui.
Norman Spack é diretor de uma das primeiras e raras clínicas cirúrgicas de identidade sexual nos Estados Unidos, no Hospital Pediátrico de Boston, e um dos maiores defensores da transição de género na adolescência. O endocrinologista pediátrico desenvolveu um tratamento hormonal, à base de injeção de hormonas, que cria um ser quase neutro a nível de género.
A 6ª edição do AIMS Meeting realiza-se entre os dias 13 e 15 de março, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e, para além da presença de especialistas de renome nacional e internacional, conta ainda com a participação de 450 futuros médicos. O evento é organizado pela Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (AEFML) e conta com o apoio institucional da Presidência da República Portuguesa e do Ministério da Educação e Ciência.
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