Um novo centro de vacinação contra a covid-19 abriu hoje em Vila Real, numa altura em que o concelho atingiu os 833 casos ativos de infeção e o hospital tem 21 doentes internados com SARS-CoV-2.
Na unidade de Vila Real do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) estão internados hoje 21 doentes com covid-19, 18 em enfermaria e três em cuidados intensivos.
A diretora clínica do CHTMAD, Paula Vaz Marques, disse à agência Lusa que, na mesma altura do ano passado, havia cerca de 130 doentes internados em enfermaria e 24 em cuidados intensivos.
“Estamos muito longe desses números e isso é fruto da vacinação da população, não tenho dúvida nenhuma”, salientou a responsável.
Estes números permitem, frisou, o funcionamento “normal” do centro hospitalar, não havendo, neste momento, qualquer restrição na atividade cirúrgica ou não cirúrgica.
O CHTMAD, que agrega os hospitais de Vila Real, Chaves e Lamego, serve vários concelhos do distritos de Vila Real e ainda do Norte de Viseu e, se for necessário, a capacidade de acolhimento dos doentes covid-19 pode ser aumentada.
O concelho de Vila Real contabiliza hoje 833 casos de infeção pelo novo coronavírus. Desde o início do pandemia registou 6.626 casos positivos e 64 óbitos.
Na área do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Marão – Douro Norte, que abrange ainda os concelhos de Alijó, Mesão Frio, Murça, Peso da Régua, Sabrosa e Santa Marta de Penaguião, há 1.344 ativos.
“É uma situação expectável. Para nós representa alguma sobrecarga do ponto de vista de recurso aos serviços de saúde pelas condicionantes da testagem, emissão de baixas médicas e do acompanhamento de tantos utentes positivos através da plataforma ‘Trace covid-19’”, referiu Gabriel Martins, diretor executivo do ACES Douro Norte.
O responsável disse que a oferta programada dos centros de saúde vai sendo reajustada em função da necessidade de resposta.
O presidente da câmara de Vila Real, Rui Santos, mostrou-se preocupado com o aumento dos casos ativos no concelho, realçou que o cento hospitalar está “longe de mostrar saturação”, mas alertou para o aumento de utentes que recorrem ao hospital com sintomas de covid-19 que podem ser tratados quer nos cuidados primários quer através da Saúde 24.
“Ao irem ao hospital condicionam a resposta a outras doenças e patologia de maior gravidade”, alertou o autarca.
Também hoje entrou em funcionamento um novo centro de vacinação covid-19 no edifício dos serviços de ação social da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), na zona de Codessais, no centro da cidade, e tem capacidade para vacinar até 420 pessoas por dia, com o horário definido das 9:00 às 15:00.
A par do reforço em idosos e adultos, a vacinação das crianças está a decorrer por faixa etária decrescente.
Com a inclusão de novos grupos no processo de vacinação foi necessário abrir um espaço alternativo aos centros de saúde, onde estavam a ser ministradas as vacinas contra a covid-19 após o encerramento do centro de vacinação que esteve instalado no Centro de Ciência e Tecnologia – Regia Douro Park até outubro.
“Esta deslocação para um novo centro vai permitir uma melhor acessibilidade para os nossos utentes, centralizarmos o processo que, do ponto de vista logístico é sempre menos complicado do que o modelo que tínhamos até este momento e vai permitir que as nossas unidades possam ter alguma folga para retomarem a sua atividade normal dentro das possibilidades”, afirmou Gabriel Martins.
Se for necessário, explicou, o horário será reajustado às necessidades.
“A UTAD não poderia ficar indiferente à solicitação do ACES Douro I, pelo que prontamente se disponibilizou para, em conjunto, encontrar uma solução que, não comprometendo os serviços de ação social aos nossos estudantes, fosse capaz de assegurar uma resposta qualificada e mais central à população de Vila Real”, afirmou, por sua vez, o pró-reitor para o Planeamento, Território e Património, Ricardo Bento.
Para o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, o centro “é mais uma resposta de prevenção contra a covid-19″, numa altura que é “necessário intensificar o processo de vacinação”.
“Temos mais de 4.000 vacinas ministradas em regime de proximidade, nesta fase”, salientou.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.000 pessoas e foram contabilizados 1.434.570 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde de hoje.
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