A eletroporação irreversível, técnica que utiliza impulsos elétricos para matar as células cancerosas, já está disponível em Portugal desde há um ano e é viável para doentes com tumores malignos na próstata.
Este tratamento realiza-se numa só sessão, sem o risco de impotência ou incontinência urinária comum a outras técnicas, indolor e com um dia de internamento. Não é invasivo ou seja não há cortes.
A utilização de micro impulsos elétricos através de elétrodos colocados junto ao tumor, destroem em segurança, as células tumorais na próstata, mesmo as de difícil alcance, sem danificar o tecido saudável à volta do tumor. Ao contrário de outras técnicas de tratamento, a eletroporação irreversível minimiza o risco de disfunção sexual ou incontinência urinária, explica o urologista Reis Santos, responsável por trazer esta técnica para Portugal.
O especialista acrescenta ainda: “A eletroporação irreversível é um avanço no tratamento do cancro da próstata. Oferece aos doentes uma nova alternativa, quer de primeira escolha, sobretudo para tumores em que se opte por tratamento focal, quer quando não é possível recorrer a mais nenhum tratamento. Pode ainda ser usado nos casos de recorrência após falência de outras técnicas. É por isso importante que os doentes se informem, sobre todas as opções de tratamento existentes no nosso país, de forma a estarem em melhores condições de tomar uma decisão”.
Este tratamento é realizado sob anestesia geral e recorre à ecografia para guiar os elétrodos para o local onde devem atuar. São depois enviados impulsos elétricos para as agulhas. Estes impulsos abrem pequenos poros nas membranas das células cancerosas, induzindo a sua morte. O procedimento demora, em média, 15 a 30 minutos. O doente recebe alta no dia a seguir.
A tecnologia de eletroporação irreversível tem revelado, ainda, ser uma arma eficaz no combate a cancro noutros órgãos do corpo humano como o pâncreas, o fígado, o pulmão e o rim.