Com o aumento da temperatura, a vontade de passar cada vez mais horas dentro de água também aumenta, principalmente nas crianças que, entre mergulhos e brincadeiras, passam várias horas na piscina e no mar. Com a exposição excessiva à água, o risco de otites externas no verão aumenta até 70%.
Os casos de otites em crianças são muito frequentes desde os primeiros meses de vida. Estima-se que 20% das crianças até aos quatro anos tenham pelo menos uma otite por ano. As crianças tendem a ser mais atingidas pelas otites médias devido à condição anatómica do ouvido nesta fase da vida e à maior incidência de infeções virais e bacterianas.
“As crianças não têm a sensação de ouvido tapado tão apurada como os adultos, e queixam-se apenas da sensação de dor, na maioria das vezes. É preciso que os pais tenham especial atenção nesta altura do ano, pois as otites, quando ocorrem com frequência, podem deixar sequelas graves, como a perda permanente do nível de audição, o que pode levar a atrasos no desenvolvimento da linguagem, distúrbios da fala e menor facilidade de aprendizagem”,refere Alexandra Marinho, audiologista na GAES – Centros Auditivos.
Para os pais protegerem a audição dos mais novos deixamos algumas dicas: secar bem os ouvidos após sair da água, usar apenas uma toalha de papel, evitar nadar e mergulhar em águas poluídas ou nunca utilizar cotonetes no canal externo do ouvido. Para as crianças com otites externas recorrentes, é aconselhável o uso de protetores auditivos à medida, devendo em alguns casos, ser acompanhados de bandas para reduzir o risco de entrada de água no ouvido.