O ministro da Saúde disse hoje que aguarda uma avaliação económica e de desempenho sobre o Centro de Reabilitação do Norte, para decidir o que fará quando terminar o contrato com a Misericórdia que abrange esta unidade de saúde.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, disse hoje que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) “perde dinheiro e eficácia sempre que contratualiza com privados”, revelando que vai propor que o Centro de Reabilitação do Norte passe para a esfera pública.
Convidado a comentar as declarações da líder bloquista, Adalberto Campos Fernandes, apontou que pediu à Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) que fizesse uma avaliação económica e de desempenho e que propusesse ao Governo a medida a tomar. “Dentro de um ano termina o contrato com a Misericórdia (…). Naturalmente que não excluímos nenhuma possibilidade, nem a possibilidade se for esse o entendimento da ARS-Norte, do Centro de Reabilitação ser integrado numa entidade pública empresarial”, disse o governante.
Já sobre parcerias público-privadas (PPP), Adalberto Campos Fernandes disse que “em relação às que estão em fim de prazo” será “um concurso público internacional para verificar se existem propostas que possam valorizar o serviço público”.
O ministro da Saúde falava aos jornalistas à margem da sessão de apresentação do livro “O Setor da Saúde – Organização, Concorrência e Regulação” que decorreu esta tarde na Ordem dos Médicos – Secção Regional do Norte, tendo na sua intervenção referido que “o SNS é hoje um dos maiores repositórios de confiança dos portugueses” e falado em “responsabilidade de geração” ao abordar prioridades políticas do próximo Orçamento do Estado (OE).
“Os portugueses têm de perceber que a última coisa de que precisam é de um Governo irresponsável”, disse o ministro.
Já à margem da sessão, questionado sobre o OE de 2018 e a área da saúde, Adalberto Campos Fernandes referiu: “Ser imprudente seria ter um sucesso mais rápido mas significaria por o país novamente a andar pra trás”.
“A verba para o Serviço Nacional de Saúde tem vindo a aumentar de 2015 até ao dia de hoje e irá aumentar para o orçamento de 2018. Mas também este é o momento em que não temos o PIB [Produto Interno Bruto] como há sete anos. Os portugueses compreendem bem que não podemos, sob pena de comprometer a trajetória de recuperação do país, responder às necessidades e às ansiedades todas”, acrescentou.
E confrontado com os protestos recentes, desde a classe médica à dos enfermeiros, Adalberto Campos Fernandes afirmou que “é impossível satisfazer todas as reivindicações no ritmo e no momento em que são afirmadas”.
“Mal do país e mal do Governo em que os governantes se inquietam ou se perturbam com aquilo que é o normal, o democrático exercício da contestação e da reivindicação”, afirmou.



















