O Prémio Grünenthal/ASTOR acaba de distinguir uma equipa de investigadores do Centro Hospitalar Lisboa Norte e do iMed da Universidade de Lisboa pelo estudo de uma nova formulação inovadora de pastilhas moles para o tratamento da mucosite oral.
“A dor associada à mucosite oral conduz à restrição alimentar e hídrica e é um dos sintomas mais reportados pelos doentes. Com esta investigação pretendemos estudar a estabilidade de uma formulação inovadora de pastilhas moles, contendo um antifúngico e um analgésico, que atuam por dissolução lenta na cavidade oral, constituindo uma alternativa de tratamento com controlo mais eficaz da dor”, explica Filipa Cosme Silva, investigadora principal.
Para esta investigação foram realizados ensaios de desagregação e dissolução em saliva artificial e um estudo de estabilidade físico-química e microbiológica. Os estudos de formulação de pastilhas moles incluíram a otimização das propriedades físico-químicas e farmacotécnicas, através da utilização de diversos excipientes apropriados.
A investigadora conclui: “A formulação de pastilhas moles para administração de medicamentos pode constituir uma alternativa viável às “soluções para bocejar” atualmente utilizadas. A sua principal vantagem consiste na versatilidade de administração, podendo o doente controlar o tempo de retenção dos medicamentos na cavidade oral. No futuro espera-se que o processo de aplicação clínica valide a sua eficácia.”
O Prémio Grünenthal/ASTOR destina-se a galardoar trabalhos originais em língua portuguesa sobre aspetos de investigação clínica no âmbito do tratamento da dor, ou descrição de casos clínicos, da autoria de profissionais de saúde e apresentados sob a forma de comunicação oral.
Este Prémio foi entregue no Convénio da ASTOR (Associação para o Desenvolvimento da Terapia da Dor) que teve como objetivo criar um espaço de informação, debate e discussão de ideias e propostas de melhoria no âmbito do diagnóstico e tratamento da dor crónica e aguda e da dor no doente oncológico.