O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra acaba de implantar o primeiro dispositivo médico capaz de reduzir o risco de infecção hospitalar após a colocação de um pacemaker ou cardiodesfibrilhador implantável (CDI).
De acordo com Mariano Pego, director do Serviço de Cardiologia A do hospital, “o CHUC é a primeira unidade em Portugal a utilizar este importante dispositivo, evidenciando assim uma preocupação constante do hospital em tornar acessível aos seus doentes os maiores avanços na área da cardiologia.”
Segundo João Cristóvão, médico implantador do Serviço de Cardiologia A do CHUC, “o risco de infecção é uma das principais complicações associadas à colocação de pacemaker, sobretudo em cirurgias de substituição desta tecnologia cardíaca. Nos últimos anos, o risco de infecção neste tipo de cirurgia tem vindo a aumentar sobretudo devido à idade avançada dos doentes e a outras co-morbilidades associadas, como Diabetes e Insuficiência Renal, nomeadamente doentes a fazer diálise”.
De acordo com estudos internacionais, todos os anos, cerca de 7 por cento dos implantes de dispositivos médicos cardíacos nos EUA provocam infecções, originando complicações graves para os doentes, hospitalizações mais prolongadas e custos elevados para os sistemas de saúde.
“Apesar da habitual administração de antibióticos antes e após a cirurgia, a zona de implante (ferida) pode ficar exposta a bactérias resistentes, provocando infecções graves. O novo dispositivo evita o alojamento destas bactérias na ferida através da libertação de antibióticos directamente nos tecidos durante sete dias”, esclarece o especialista.
Para além de reduzir entre 70 a 89 por cento o risco de infecções, por ser composto por uma fina malha de polipropileno, o “envelope” antibacteriano ajuda ainda a estabilizar e a evitar migrações dos dispositivos médicos cardíacos implantáveis. Após cerca de nove semanas o envelope é totalmente absorvido pelo corpo.
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