Este é o sétimo ano que a CUF atribui Bolsas de Doutoramento em Medicina, sendo a cerimónia de entrega das bolsas realizada hoje, no Centro do Conhecimento do Hospital CUF Descobertas. A cerimónia decorre no âmbito das 1as Jornadas de Investigação Clínica CUF – um evento que dá a conhecer o contributo da CUF para a realização de investigação clínica nos seus diferentes hospitais e clínicas, com a apresentação de resumos de ensaios clínicos, estudos observacionais e trabalhos científicos realizados com bolsas atribuídas pela CUF.
Desde que foram criadas, em 2014, a CUF já atribuiu 34 Bolsas de Doutoramento em Medicina, no valor global de 680 mil euros, a profissionais de saúde que trabalham na rede CUF e que estão a realizar programas de doutoramento em escolas de medicina nacionais.
Para Rui Diniz, Presidente da Comissão Executiva da CUF “este investimento representa a contínua aposta da CUF no progresso da Medicina e da Ciência no país, encarando o apoio à participação de profissionais de saúde em atividades de investigação e a cooperação com instituições universitárias como uma prioridade estratégica para o desenvolvimento do conhecimento e consequente melhoria da prestação de cuidados de saúde à população”.
Acidente Vascular Cerebral, Doença Respiratória Aguda, Carcinoma Tubo-Ovárico, Síndrome de Conflito Femoroacetabular e Diabetes Mellitus tipo 1 são o foco dos projetos de investigação selecionados para a atribuição das Bolsas de Doutoramento em Medicina da CUF.
Avaliadas por um júri independente presidido por António Rendas, professor catedrático de Medicina e investigador, as Bolsas de Doutoramento em Medicina da CUF são atribuídas a projetos de diferentes especialidades médicas.
Com o estudo “Análise de efetividade e utilidade das estratégias de abordagem do Acidente Vascular Cerebral através da metodologia de avaliação de tecnologias de saúde” que pretende, avaliar o tratamento agudo do Acidente Vascular Cerebral (AVC) em Portugal, estabelecendo um conjunto de modelos de decisão, capazes de comparar o custo de cada AVC e os benefícios em saúde atribuídos a cada estratégia de tratamento, Miguel Rodrigues, neurologista na Clínica CUF Almada, recebe uma das bolsas.
Com o projecto de investigação ”Diálise Pulmonar – utilização da diálise convencional para remover o CO2 na insuficiência respiratória aguda sob ventilação mecânica”, Tomás Lamas, especialista em Medicina Intensiva no Hospital CUF Tejo, é distinguido com uma das bolsas. Os doentes em falência respiratória grave sob ventilação mecânica podem acumular CO2 em excesso no sangue e com elevada mortalidade. Esta tecnologia ainda tem constrangimentos técnicos e efeitos secundários relacionados com a anticoagulação e risco hemorrágico, que não contribuem para a situação delicada do doente. O trabalho premiado vai estudar um método alternativo, mais simples e sem o risco hemorrágico para o tratamento destes doentes.
Na área de Anatomia Patológica, Catarina Alves do Vale, Médica Interna no Hospital CUF Descobertas, vê o seu “Estudo da oncogénese do carcinoma tubo-ovárico e indução de fenótipo ‘BRCAness’ como estratégia terapêutica” premiado. O cancro do ovário é a principal causa de morte por neoplasias ginecológicas nos países desenvolvidos e sabe-se que as mulheres que herdam mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 apresentam maior risco de desenvolver este tipo de cancro. O projeto tem por objetivo atuar em dois pontos temporais distintos da doença. Por um lado, gerar conhecimento sobre os perfis moleculares das células com mutações BRCA, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias de prevenção de base imunológica. Por outro lado, explorar o efeito de fármacos que reduzem a expressão destes genes.
Pedro Dantas, ortopedista na Clínica CUF Alvalade e no Hospital CUF Descobertas é também distinguido pelo projeto “Pressão e força de contacto na síndrome de conflito femoroacetabular tipo cam.” A morfologia do tipo cam pode ser um fator de risco modificável para a artrose da anca, pelo que uma intervenção precoce é uma boa opção em doentes jovens sintomáticos. O objetivo deste projeto premiado é desenvolver uma cânula e um sensor específico para a cirurgia artroscópica da anca, por forma a avaliar a força e a pressão de contato femoroacetabular no CFA tipo cam e de que forma a remoção do cam influencia estes parâmetros. Prevê-se assim a criação de uma nova ferramenta para confirmar uma correção óssea adequada e otimizar a restauração da biomecânica da articulação.
É também atribuída uma bolsa ao projeto “Vesículas extracelulares na urina: biomarcadores não-invasivos da função das células β na diabetes em idade pediátrica” de Joana Serra Caetano, pediatra no Hospital CUF Coimbra. Um dos maiores desafios na abordagem da Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) é a sua identificação numa fase precoce, antes da destruição das células β pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina, ser superior a 70%. Neste contexto, este projecto pretende identificar, de forma não invasiva, o início do declínio da função das células β pancreáticas, através da caracterização de vesículas extracelulares na urina em crianças e jovens com diabetes. Prevê-se que a definição deste biomarcador permita identificar uma janela de oportunidade para a utilização de terapêuticas, quer de preservação da função pancreática, já existentes, quer, futuramente, de tratamentos capazes de restaurar essa função, alcançando a cura da DM1.
A cerimónia de entrega das bolsas conta com a presença da Presidente da Agência de Investigação