Em Portugal, a complexidade do esquema terapêutico é das dificuldades do cumprimento da toma de medicamentos para problemas cardiovasculares, sobretudo seniores, a população com maior incidência destas patologias.
A Organização Mundial da Saúde sublinha a dimensão deste problema na saúde pública, alertam investigadores no paper publicado na Revista Portuguesa de Cardiologia.
“A melhor evidência disponível sugere que a toma de medicamentos em posologia diária única diminui o risco de não-adesão terapêutica em cerca de 50 por cento” refere o estudo denominado “Impacto da frequência na adesão terapêutica em doenças cardiovasculares crónicas: revisão sistemática e meta-análise” da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência (CEMBE).
Na Europa, foi estimado que 9 por cento dos eventos cardiovasculares podem ser atribuídos à não‐adesão terapêutica.
A complexidade dos esquemas posológicos é um dos fatores apontados como contribuindo para esta problemática. Nesta revisão sistemática, os autores pretenderam avaliar o impacto, em doentes com patologia cardiovascular crónica, da frequência posológica na adesão terapêutica.
A adesão terapêutica compreende o comportamento do doente em relação às recomendações de profissionais de saúde, como sejam a alteração de estilos de vida, o seguimento de uma dieta ou a toma de medicamentos.
Vários são os motivos apontados para a não adesão à terapêutica (e suspensão do medicamento): por razões intrínsecas aos medicamentos, (efeitos adversos) e melhoria sintomática.
A Organização Mundial de Saúde reconhece a não‐adesão terapêutica como um problema importante, pois contribui para a morbilidade e mortalidade, com os respetivos encargos económicos diretos e indiretos associados. A dimensão do problema da não‐adesão terapêutica está estimada em 30‐50 por cento e são múltiplos os motivos que podem levar à mesma: o envolvimento e estratégias utilizadas pelo profissional de saúde, as características individuais do doente, assim como o tipo de regime terapêutico (complexidade e custo)
Link para o estudo – texto integral