A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) lançou o documento “Vamos Falar Sobre Luto”, um recurso científico e informativo que pretende ajudar todas as pessoas a compreender melhor o que é o luto, como se manifesta e de que forma pode ser vivido com compaixão, apoio e equilíbrio psicológico.
O que é o luto?
O luto é uma reação natural de adaptação a uma nova realidade após uma perda. Pode estar associado à morte de alguém significativo, mas também à perda de saúde, emprego, relação, projeto de vida ou qualquer outra mudança profunda.
Segundo a OPP, o luto ajuda-nos a reconhecer que algo mudou irreversivelmente — o seu objetivo não é o esquecimento, mas sim a reconstrução de um novo sentido para a vida.
Cada pessoa vive o luto à sua maneira
Não existe uma forma certa ou errada de viver o luto. Cada pessoa reage ao seu próprio ritmo e de forma única.
Alguns choram, outros não; uns procuram o silêncio, outros o diálogo. O essencial é compreender que o sofrimento faz parte do processo de adaptação à perda e que cada pessoa tem direito ao seu próprio luto.
Perdas visíveis e invisíveis
A OPP sublinha que há perdas socialmente desvalorizadas — como o fim de uma relação, a perda de um animal de estimação, de um emprego ou de um projeto pessoal, ou o diagnóstico de uma doença.
Estas perdas, embora muitas vezes não reconhecidas pela sociedade, podem gerar um luto real e profundo, que merece ser validado e apoiado.
As crianças e os adolescentes também vivem o luto
O documento dedica especial atenção às crianças e adolescentes, explicando como compreendem a morte em diferentes idades e como podem ser apoiados de forma adequada.
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Crianças:
Devem receber informação clara e adequada à sua idade, evitando metáforas como “está a dormir” ou “foi para o céu”. É importante usar palavras simples e verdadeiras (por exemplo, “o corpo parou de funcionar”) e responder às suas perguntas com honestidade e sensibilidade. -
Adolescentes:
Costumam ver a morte como algo distante, mas a perda de alguém próximo pode abalar a sua perceção de segurança e do mundo.
A OPP recomenda fazer perguntas abertas, manter rotinas e responsabilidades e valorizar o apoio dos pares como formas de ajudar os adolescentes a lidar com o luto.



















