O Biobanco-iMM do Centro Académico de Lisboa (CAML) comemora hoje cinco anos de existência. É considerado o maior banco de amostras biológicas para investigação científica do País, composto por 38 coleções ativas para mais de 11 áreas terapêuticas em estudo, contando com um total de 14078 doadores. Só no primeiro trimestre de 2016 foram registados mais 313 novos dadores.
A cerimónia de apresentação de resultados de 2015 decorreu no Instituto de Medicina Molecular (iMM Lisboa) e contou com a presença de Carlos Martins, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, Ana Sebastião, subdiretora da Faculdade de Medicina de Lisboa, M. Carmo-Fonseca, presidente do iMM Lisboa e CAML e Maria Manuel Mota, diretora executiva do iMM Lisboa.
Instalado em Maio de 2011 no iMM Lisboa, as primeiras amostras biológicas começaram a chegar em Janeiro 2012. Em setembro desse ano, quase três mil doentes já tinham contribuído para este repositório.
As amostras estão organizadas em coleções e distribuídas por mais de 11 áreas terapêuticas como a reumatologia, neurologia, cardiologia, pneumologia, gastrenterologia, entre outras. Em 2016 foi iniciada a receção de amostras de uma nova área terapêutica, a oftalmologia.
Passados cinco anos, o Biobanco-iMM do CAML é composto por 133356 de amostras: de saliva, sangue, urina, osso e tecido tumoral, acompanhadas da informação clínica correspondente (devidamente despida de qualquer elemento de identificação pessoal).
Cada coleção tem um investigador responsável a quem cabe criar projetos com os cientistas interessados em utilizar as amostras nas suas pesquisas.
Desde outubro 2014 até dezembro de 2015, o número de amostras aumentou cerca de 50%. Em 2016 foram já rececionadas mais 5719 novas amostras.
Desde Outubro 2014 até Dezembro de 2015, o número de indivíduos que doaram amostras para o Biobanco-IMM CAML, aumentou 64%, de 10.662 a 13.765 doadores, sendo registados em média 204 novos dadores por mês.
Cada dador pode ter associado diferentes tipos de amostras, de acordo com a necessidade de cada coleção. Predominantemente, o Biobanco-iMM armazena soro (53,9%), seguido de sangue total (22,0%) e DNA (9,1%). Em 2016 começou a receber amostras de cabelo e membrana limitante interna do olho.
A recolha de amostras resulta das parcerias criadas entre o Biobanco-iMM do CAML e hospitais. A maior parceria estabelece-se com Santa Maria, uma vez que este hospital pertence ao CAML. No entanto, ao longo destes cinco anos foi reforçada o número de parcerias/colaborações com outros hospitais, não só na área de Lisboa como em todo o País.
De salientar que qualquer pessoa pode doar sangue, para fins de recolha de amostras e posterior aplicação na investigação, contactando para tal com o iMM Lisboa. A ideia passa por recolher amostras de pessoas que não estão doentes e criar uma coleção de “Controlos Saudáveis”. Esta coleção é fundamental para validar posteriores projetos de investigação.
Em 2015, 4767 amostras foram retiradas do Biobanco-iMM CAML para projetos de investigação aumentando o pedido de amostras em 99,48% relativamente ao ano anterior, principalmente através da colaboração com as instituições de investigação em Portugal (85,92%), Espanha (8,24%) e Alemanha (3,48%). Nos resultados destas colaborações foram publicados 10 artigos científicos. No primeiro trimestre de 2016 já foram requisitadas deste banco de amostras 2115 amostras para colaborações maioritariamente com a Alemanha.
De acordo com Sérgio Dias, Codiretor do Biobanco-iMM CAML “Promover a utilização das amostras do Biobanco IMM em estudos colaborativos com Instituições e Laboratórios nacionais e estrangeiros, bem como a criação de coleções que permitam responder a questões clínicas e científicas pertinentes.”